Políticas de Privacidade: o que são e porquê grandes empresas usam os dados estrategicamente.


As Políticas de Privacidade são informações documentadas, uma espécie de garantia, que abrangem medidas de Privacidade e Segurança de determinada empresa. Os registros fornecem informações da organização para com o usuário, em relação à utilização dos dados fornecidos à corporação. O objetivo das políticas é garantir transparência aos donos dos dados que possui.

Antes de prosseguir a leitura é importante esclarecer que o único objetivo desta matéria é informar. Não nos responsabilizamos por atitudes que possam ser praticadas por outras organizações.

Sabe aquela confirmação feita às pressas no rodapé da página - geralmente -, sem a leitura necessária, visando apenas dar continuidade ao processo de preenchimento de dados? É sobre o que são essas informações, para quê servem e como são utilizadas que iremos abordar. 

Após a nova Lei Geral de Proteção de Dados brasileira entrar em vigor, em setembro de 2020, o assunto tem sido um dos mais abordados atualmente. A lei estipula diversas obrigações para empresas e organizações sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais, tanto online quanto offline. 

(Foto: Divulgação)


Mas, afinal, o que são Políticas de Privacidade?

Resumidamente: são documentos que contém práticas e medidas de Privacidade e Segurança adotadas por uma determinada empresa ou organização. De modo geral, o objetivo da Política é informar e esclarecer aos usuários a maneira como os dados pessoais coletados são utilizados, armazenados e protegidos.

Embora o assunto não seja recente, as Políticas de Privacidade ganharam mais visibilidade após a criação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) - tema abordado logo abaixo -. A lei reforça a transparência que a empresa deve adotar ao informar de maneira clara e precisa as operações práticas que realiza com os dados pessoais dos usuários. 

Como funciona o compartilhamento de dados - exemplo real e atual 

Recentemente, o WhatsApp começou a compartilhar com seus usuários a nova política de privacidade da terceira rede social mais consumida no mundo. Uma das novas regras é a obrigatoriedade do compartilhamento de dados do aplicativo de mensagens com o Facebook, Instagram e Messenger. 

Como esses dados serão compartilhados com as outras redes sociais ainda não se sabe. Mas, essa nova via de informações valiosas, será uma mina de ouro para as grandes empresas lerem, armazenarem e gerenciarem todas as mensagens trocadas. 

O Facebook será como um provedor de soluções para algumas contas empresariais, já que a própria plataforma ajuda a fornecer o necessário "para enviar e receber mensagens”. “Algumas empresas poderão escolher o Facebook, organização controladora do WhatsApp, para armazenar e responder mensagens de clientes de maneira segura. O Facebook não usará automaticamente suas mensagens para exibir os anúncios direcionados que você vê, mas as empresas poderão usar as conversas com você para fins de marketing, incluindo anúncios no Facebook”, diz o WhatsApp ao explicar a nova política de privacidade. 

Segundo Will Cathcart, chefe do WhatsApp, as novas mudanças serão apenas para contas comerciais. A prática “não afeta a forma como as pessoas se comunicam, em particular com amigos ou familiares”, afirma.  

Como proteger os dados de maneira segura 

Carissa Véliz, professora da Universidade de Oxford e escritora do livro “Privacidade é o Poder”, acredita que é preciso acabar com o modelo digital baseado nos dados pessoais. Confira algumas dicas abordadas por ela no livro: 

  • Quando for postar algo, pergunte-se como isso pode ser usado contra você. 
  • Se você quer que os estudantes debatam livremente na sala de aula, não permita que os alunos gravem ou postem o que ocorre ali
  • Pense duas vezes antes de comprar um assistente digital como Alexa ou Google Home. Se você já tem um, pode desconectá-lo. Vira um ótimo peso para papel. 
  • A menos que você saiba montar configurações sofisticadas de privacidade em seu celular, melhor ficar longe dos Androids. 
  • Para enviar mensagens, a opção mais segura é provavelmente o Signal. O Telegram tem a vantagem de que, quando você apaga algo, ele pode apagar de todos os celular, a qualquer momento. Mas a criptografia é considerada menos segura. 
  • E-mails são inseguros. Podem se parecer com uma carta, mas na verdade são mais um cartão-postal sem envelope.
  • Quando uma empresa lhe pedir um e-mail, dê o seu e-mail mais o nome que identifica a empresa. Exemplo: [email protected]. Os e-mails chegarão normalmente e você saberá o que aquela empresa fez com a informação que você deu.
  • Pare de usar o Google como principal ferramenta de busca. DuckDuckGo e Qwant são opções com maior privacidade. 
  • Use navegadores diferentes. Brave é um browser desenhado com respeito à privacidade. 
  • Ao comparar produtos, escolha modelos que não se conectem à internet. 

Vale lembrar que após oito anos de discussão, em 14 de agosto de 2018, o presidente Michel Temer sancionou a Lei Geral de Proteção de Dados do Brasil (LGPD). Porém, ela entrou em vigor em setembro de 2020, e possibilita que as organizações tenham 18 meses para se adaptarem. 

A lei elenca os dez princípios que as empresas públicas e privadas devem obedecer quando se trata de dados dos usuários. Muitas empresas, que nem sabem o que fazer com tamanho volume de informação, passarão por uma mudança de mindset, já que a LGPD vai contra a coleta de dados desenfreada e deve-se restringir apenas às informações diretamente úteis para o contato imediato com os consumidores. 

Essa matéria fez você repensar a forma como as Políticas de Privacidade são escritas e vistas dentro e fora de uma empresa? Este é o momento de analisar minuciosamente tudo que está inserido no documento que a maioria das pessoas não lê! 

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